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Sinestesia = s.f (Psicologia) condição neurológica em que o estímulo de um dos sentidos provoca percepção em outro; (Linguística) figura de linguagem que relaciona planos sensoriais diferentes. A soma de sentidos como paladar e olfato, visão e audição, tato e audição, etc.
Tomando como base o conceito de simetria – toda espécie de disposição que observa certo equilíbrio – e de sinestesia, o trabalho compreende a excepcionalidade do ser humano ao observar as coisas com um olhar simétrico e dual. Assim, dualidade, caráter ou propriedade do que é duplo ou do que contém em si duas naturezas, duas substâncias, dois princípios, é a matriz.
É possível que reconheçamos formas humanas ao observarmos objetos, paisagens, figurações amorfas. Da mesma maneira que, intuitivamente, projetamos à nossa frente essas características humanas, somos também capazes de notar simetria nas formas mais simplórias que a equivalência visual abrange. Somos dotados da capacidade de criarmos, imaginativamente, pares, equilíbrios, uma ordem que impressiona-se em nós ao vivenciarmos o abstrato de sensações, de materiais e de naturezas que se explanam quase que impartíveis.
Ao mesclar essa realidade à etérea realidade que os sonhos nos transmitem – onde buscamos pela compreensão de seus sentidos incógnitos – nota-se a fusão de dois planos completamente diferentes: uma vez que lidamos com a vida real, e a outra, com a vida dos sonhos.
E como seriam os pensamentos se pudéssemos enxergá-los? Para algumas linhas filosóficas nossos pensamentos assumem formas e cores de acordo com sua natureza. Três princípios determinam a produção desse conceito, segundo Annie Besant e Charles Leadbeater:
1. A qualidade dos pensamentos determina sua cor
2. A natureza dos pensamentos determina sua forma
3. A precisão dos pensamentos determina sua nitidez
Jaz um conceito passeando pelo texto desde o início, que é a determinação de toda a arte: a experiência. Alguns detalhes como texturas aparentes (que atiçam nosso tato) ou ritmo na composição (que remete à música) podem ajudar na sinestesia, e então delonga-se um afeto quase presencial, um álibi tátil e volúvel, ao mesmo tempo.
Partindo desse conceito, onde se há a junção dos sentidos, que, quando associado ao tema dos sonhos é perfeitamente compatível e pungente, nas fotografias habita o princípio da caligrafia dos sentidos ocultos, dos ensejos implícitos, das características místicas que os sonhos nos abonam.
Nessa sinestesia ficcional embasada nos tons não-ficcionais, tenho seis tipos de choro.
Experimentação com papel salgado
Cianótipo e vandayke